Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

domingo, junho 22

(Ele)...vencido, regresso devagar ao teu sorriso...

No meu pensamento, eclode o teu sorriso…
uma explosão de ti que me enche tudo por dentro, que me faz querer –confesso!-
que não fosses tão fundamental… Compreende-me!
Sou homem e os homens sentem medo da entrega total.
Embora não o assumam, têm um medo terrível de sofrer por uma mulher…
Por isso, muitas vezes, finjo que ‘não é nada comigo’…
mas estás lá, meu amor!
Dentro de mim como fogo que alastra e me devora por dentro! por fora!
E eu, por vezes, apenas finjo que não és a razão principal do meu viver…
Depois, vencido, regresso devagar ao teu sorriso e
prendo-me no teu sorriso e
prendo-me a ti e,
assumidamente, dou-me a ti em nó cego e sentido,
sem tu saberes!
e sinto, tal como António Manuel Pina, o Amor como em Casa
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Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.

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