«Versinhos bem-comportados»
Imaginando-me encostada ao teu ombro (embalada pelo "tan-tan" do comboio) não dormia,
‘bordava’ para ti, ainda a medo e sem grandes aparatos, 4 anos depois da última palavra!
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Dá-me a tua mão
-não ouves o tom sussurrado da minha voz?
Não é uma ordem, é um pedido -
unhas quadradas, compridas
pele alva
morna, tão morna
(mão com sabedoria e paixões de poesia e
memórias e alvoroço e vida e seiva e tudo)
Vou encostar o meu rosto à tua mão
-sentes?-
Deixa-a ficar
...assim...
de mansinho sob o meu rosto,
quieta e inebriada
pelo meu toque, doce e inocente
mas palpitante.
Quero apenas senti-la, à tua mão,
na minha face
E o teu toque transmitindo-me o mundo,
o teu mundo
sem tempestades
sem fúrias!
(a não ser aquelas que existem dentro de nós)
Vou sentir o teu cerne
nesse simples toque
que não me assusta.
E
que me deixa confiante adormecer
(sabendo que me ficas a contemplar –encantado e feliz-)
O meu rosto e a tua mão... assim...
-sentes, não sentes?-
peles tocando-se e
partilhando-se e
conhecendo-se...
em silêncio de comunhão.
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