Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

domingo, março 16

(Ela)... um ponto difícil

Aprendi hoje um ponto difícil e, por isso, só te bordo um bocadinho
com as palavras que mais apreciei –as menos rudes e agressivas- do Ary dos Santos...
cujo olhar e sentir alcança mais longe
..............................................................
Invento-te recordo-te distorço
A tua imagem mal e bem amada
Sou apenas a forja em que me forço
A fazer das palavras tudo ou nada.
(...)

E as coisas que eu não disse? Que eu não digo:
Meu terraço de ausência meu castigo
Meu pântano de rosas afogadas

Por ti me reconheço e contradigo
Chão das palavras mágoa joio e trigo
Apenas por ternura levedadas

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