Aceito o teu Lenço… aceito-o como o nosso Lenço e, sim! quero bordá-lo contigo!
Aceito a tua partilha e partilho-me contigo!
Temos tempo para toda uma vida de partilhas!
Lembras-te das nossas brincadeiras em torno da idade e de como e quanto nos amaríamos ainda quando fossemos velhos e esclerosados?
Eu tinha-te prometido não voltar a falar da idade, mas não resisto. Deixo-te com a ironia de Rui Knopfli, “nosso” conterrâneo, num poema que se chama “O dente do Siso” …
Imagina-me assim, querida! Achas que me suportarias, então?
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Idade de seborreia. Em placas,
Com prurido no couro cabeludo.
A acinzentar a gola do casaco.
Incrustada no cerne das unhas,
À extremidade encardida dos dedos.
Idade da azia. De insuficiência
Hepática. De pequenos males
Sem importância alguma, não
Fora a dor a crucial e periódica
Junto do metal ortopédico. Óculos
De vista cansada. O cabelo
A rarear, a gengiva descarnada
A caveira espreitando atrás dos dentes,
A caveira à rasca para segurar os dentes
A cárie e a nicotina. A caveira
A aguentar tant bien que mal a fachada
E os olhos, que tu ainda teimas
Em fazer bonitos às raparigas
Breve Introdução por Maria da Serra Verde...
Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…
Ela borda a linha azul…
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!
Ele borda a linha verde…
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!
Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…
Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.
Perdem-se um no outro…
Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!
Ela borda a linha azul…
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!
Ele borda a linha verde…
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!
Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…
Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.
Perdem-se um no outro…
Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!
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