Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

quarta-feira, abril 16

(Ela)... acordo com a pedra azul na mão...

Tenho de te ajudar a compreender o meu azul…

E se o azul fosse da pedra que apanhei no caminho?
Da pedra que te quero oferecer como símbolo maior do meu sentimento?
E se a pedra contivesse em si todo o meu amor por ti?
A banal pedra azul não se tranformaria na pedra mais preciosa?
...em azul... (5)... A Pedra Azul de Rui Féteira

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Acordo com uma pedra azul na mão.

Levanto-me e vou ao teu encontro. Todas as ruas vão dar ao teu castelo, todos os pássaros me dizem o teu nome.

Depois o sol declina. As ruas desertam noutras ruas. A noite chama os pássaros e os pássaros levam o teu nome nas suas asas incandescentes.

A lua poisa no céu. Entro na última estalagem para pernoitar. Subo as escadas e nas varandas do sono adormeço com a pedra azul entre as mãos.

Amanhã encontrar-te-ei.

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