Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

terça-feira, abril 15

(Ela)... o azul dos regatos...

Tenho de te ajudar a compreender o meu azul…

O azul dos regatos que brotam límpidos e vão ao encontro do rio maior que os acolhe…
e se o rio fossem os teus braços, amor… compreenderias o meu azul?
...em azul... (3)... Um soneto –livre – de Manuel Alegre -
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Do amor fica sempre uma canção
Fica um sinal na pele. Fica um sinal.
Do amor fica um sim e fica um não.
Fica o sol e a sombra. Fica o sal

Do amor fica sempre um coração
A pulsar na memória o tempo breve
Da sua chama a arder um só Verão.
Do amor fica amor que se não teve.

Fica uma réstea e um rasto de navio

Do amor o que fica é um passar
Que do amor como o tempo é ser um rio
Como um rio fluir e assim ficar.

E por isso de amor este arrepio
De se morrer (de se viver) de amar.

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