Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

terça-feira, abril 22

(Ela)... queria colocar-me a mim, inteira...

Que te escrever?
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Que te escrever?
Se o que eu queria era colocar-me a mim
-inteira-
dentro da mensagem
e surgir à tua frente
-Que surpresa!? Que susto!?-
(em carne e osso
e pele e sangue
e alma e coração)
e depois
pegarmos um no outro e sairmos ao encontro do sol e do mundo.
De nós?

Que te escrever?
Que seja o reflexo exacto do turbilhão interior
Do amor e da saudade
Da felicidade e da infelicidade de te ter e não te ter.

Que te escrever?
De forma a que pareça doseado e equilibrado
E não uma amálgama vibrante de sentimentos e emoções
Incompreensíveis, vivos, autónomos.

Que te escrever?
Se o que te escrevo é notoriamente incompleto
E imperfeito

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