Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

sexta-feira, abril 18

(Ela)... versejando em tom trocista...

Uma brincadeira, aos ais...
-versejando, em tom de época!-
E com um sorriso

–trocista?-
no olhar…
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Por quem sois... como desejais que vos trate, meu amo e senhor?
Excelência ou simplesmente amor?
Dom Fulano de Tal ou Vossa Senhoria?

Que pavor, que horror... como quereis que vos trate?
Com deferência e formalidade
Ou com lágrimas de saudade?

-Ah Senhor Dom como passais?
O coração de Vossa Mercê tem palpitado por esta donzela que por si suspira?

Que dizeis?
Sussurrais?
... Não me apartais de vós que não vos ouço...

Que desejais Meu Senhor, uma prenda? Um recado? Um lenço de namorado?

Eis aqui a vossos pés, Dona-Plebeia-Menina, com recato e com pudor
mas também com muito amor...
À espera que decidais sobre doce tratamento…
…soltando neste entremeio, ais como lamento.

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