Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

domingo, abril 13

(Ela)... simplesmente, em azul...

Achas que posso, meu amor?
Achas que posso bordar-te a azul
as palavras do meu coração vermelho?
...em azul... (1)

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Em azul...

do mar?!

Serei grumete?
Comandante?

Do céu?!
Serei pássaro?
Nuvem?
Simplesmente aragem?

Ou dos olhos
Que me contemplam
Com amor?!

De azul...
Visto o meu corpo
E o meu sentimento
E é ar
E é imensidão...
E perco-me em voo de liberdade
No espaço
No tempo
Na vida

Em azul...
Da água?!
Que bebo
E me sacia

Ou dos olhos
Que me afagam
Onde mergulho
Onde me afogo?

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