Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

terça-feira, abril 1

(Ela)... sê o meu mar!

Há muitas formas de ver o mar...tenta ver o mar pelos meus olhos…
vê e sente o porquê do meu amor ao mar… sê o meu mar …
ainda de Amadeu Telles Marques – Prémio Nacional Revelação Poesia de 1971, o poema ‘Ilha’

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Na ilha que tu és
(a ilha que somos todos nós)
que eu seja
em todo o horizonte, em todo o tempo,
o mar sereno e forte que te envolve.
-Nas vagas de raiva e de paixão,
na espuma do poente em maré baixa.

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