Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

sábado, maio 3

(Ela)... a nossa vida existe para além do que somos...

A nossa vida existe para além do que somos…
existe para além do nosso amor…
mas este, tem lugar cativo no mundo.
Existe também e está numa terra a leste do coração…
numa Terra Incógnita para todos, para os demais…
alguns pontos bordados por João de Mancelos

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Há uma terra a leste do coração,
Meu amor,
Para lá dos mundos naufragados,
À esquerda da esperança.

Não tem nome, nem mapa, nem rota,
É uma terra de vento e luz,
Onde Deus está por inventar,
E o Demo não desembarcou ainda.

É uma pulsante ilha no meu peito,
Escuta-a, amor,
A terra onde poisarás a fronte,
E onde uma noite apenas
Dura todo o sempre.

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