Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

sexta-feira, maio 9

(Ele)... rio dentro do rio...

de Carlos Nejar… palavras belas…
que demonstram o meu desejo por ti…
quero ser ‘rio dentro do rio’,
‘corpo dentro do corpo’…
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Nossa sabedoria é a dos rios.
Não temos outra.
Persistir. Ir com os rios,
Onda a onda.

Os peixes cruzarão nossos rostos vazios.
Intactos passaremos sob a correnteza
Feita por nós e o nosso desespero.
Passaremos límpidos.

E nos moveremos,
Rio dentro do rio,
Corpo dentro do corpo,
Como antigos veleiros.

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