Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

sexta-feira, maio 30

(Ela)... se eu feiticeira, tu mais forte poção...

Hoje bordo-te com a magia das poções mágicas...
como se eu, feiticeira,
tivesse os dotes mais poderosos do universo para te encantar.
De Ana Luísa Amaral, Memórias e Magias
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Crio-te na memória mais compacta
De que sou capaz


(dentro de um malmequer,
pólen, folhas, pétalas, no espaço
mais minúsculo do centro)

Depois de assim te ter,
é tempo de falar-te a espaços largos

(no poema mais livre,
ponto de rede aberto
como de arrastão)
Como de estalar de dedos,
A magia mais mágica

(se eu feiticeira,
tu mais forte poção:
a de invocar os deuses gregos todos,
as forças mais ocultas, sumério
ou cristão que fosse deus)

(...)

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