Breve Introdução por Maria da Serra Verde...
Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…
Ela borda a linha azul…
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!
Ele borda a linha verde…
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!
Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…
Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.
Perdem-se um no outro…
Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!
(Ela)... se eu feiticeira, tu mais forte poção...
Hoje bordo-te com a magia das poções mágicas...como se eu, feiticeira, tivesse os dotes mais poderosos do universo para te encantar. De Ana Luísa Amaral, Memórias e Magias ....................................................................................Crio-te na memória mais compacta
De que sou capaz
(dentro de um malmequer,
pólen, folhas, pétalas, no espaço
mais minúsculo do centro)
Depois de assim te ter,
é tempo de falar-te a espaços largos
(no poema mais livre,
ponto de rede aberto
como de arrastão)
Como de estalar de dedos,
A magia mais mágica
(se eu feiticeira,
tu mais forte poção:
a de invocar os deuses gregos todos,
as forças mais ocultas, sumério
ou cristão que fosse deus)
(...)
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