Breve Introdução por Maria da Serra Verde...

Esta é uma história de amor bordada a dois na fina e delicada arte dos poetas…

Ela borda a linha azul
é uma mulher do mar, do ar, do céu…
aprecia o espaço e a liberdade…
é sonhadora e eloquente, procura a linha do horizonte…
mas nunca esquece a terra firme…
os seus pontos são laboriosos, pequeninos e delicados…
em contraste com a decisão e firmeza de quem sabe o que quer!

Ele borda a linha verde
é um homem da floresta, da montanha…
das gélidas invernias, das paisagens bucólicas e silvestres,
que preza a pacatez e tranquilidade dos dias…
é um idealista, vive sempre noutras dimensões mais atrás ou mais adiante no tempo
os seus pontos são elaborados mas nem sempre com remates seguros!

Entre ambos a trama… da ideia, do sonho, da poesia!
E o crescendo do sentimento que se transforma em amor…

Encontram-se algures na vida…
percorrem-na saboreando as palavras que trocam como acto transcendente de cumplicidade.

Perdem-se um no outro…

Mais à frente as linhas da vida divergem.
E esta rouba-lhes o tempo, tira-lhes o espaço …
Mas as palavras bordadas pelos poetas, essas, permanecem!
Como testemunho do sublime que, um dia, aconteceu entre ambos!

quinta-feira, maio 29

(Ele)... tenho sentido a tua cabeça no meu ombro...

Um tempo haverá em que não precisarás de poesia de terceiros para contar os teus estados de alma e as tuas perplexidades.
O verso do Raul de Carvalho encaixa perfeitamente em nós...
e o do Nuno Júdice...

retive este início e acho que esse sítio existe... aqui... no meu jardim...
com a calma do entardecer,
a brisa correndo nas copas das árvores,
pássaros chilreando ao longe.
Aqui, às vezes, tenho sentido a tua cabeça no meu ombro.
É o meu lugar mítico, o sítio dos meus silêncios.
Aí, se um dia realmente lá estivermos os dois não diremos uma só palavra.
Mas tu sentirás como nunca a união.

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Lembro-me agora que tenho de marcar um
Encontro contigo, num sítio em que ambos
Nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma
Das ocorrências da vida venham
Interferir no que temos para dizer. (...)

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